• Rumo aos 50 do Núcleo de Cinema de Animação de Campinas

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9 de maio de 2023 por 

Abril terminou com sabor de festa e a equipe do Núcleo de
Cinema de Animação de Campinas chegou ao mês de maio cheia de planos. Este ano,
a comemoração dos 48 anos de atividade do Núcleo foi celebrada com um pequeno
encontro, encabeçado pelos fundadores Wilson Lazaretti e Mauricio Squarisi. Em
meio a tantas memórias e histórias, eles lançaram as bases para as comemorações
dos 50 anos, que será em abril de 2025.
O ponto de encontro de parte da equipe, parceiros e amigos
do Núcleo foi o Espaço Cultural Fêmea Fábrica, em Campinas, que, além de local
para exposições e oficinas, abriga ateliês de vários artistas, incluindo Lucas
Vega, realizador de diversos curtas metragens em vídeo e Super8, e que começou
ainda criança a participar de oficinas do Núcleo.
Wilson Lazaretti foi quem deu início às primeiras aulas, em
1975, e logo nos primeiros anos chegou a reunir uma turma de 26 crianças, com
aulas duas vezes por semana, no interior do teatro do Municipal José de Castro
Mendes. O aprendizado no exterior, encontro com o renomado animador canadense
Norman McLaren, o trabalho na TV Cultura e primeiras exibições das animações
produzidas no programa infantil Bambalalão, do mesmo canal, foram só algumas
das histórias relembradas por Lazaretti, o Wal.
As lembranças de Mauricio Squarisi têm no filme “Allegro Non
Troppo” um ponto de partida importante. Encantado pelo filme, um desenho
animado italiano de 1976, dirigido por Bruno Bozzetto, acompanhou outras
mostras de animações, incluindo uma sobre Norman McLaren, onde se aproximou de
Lazaretti que, na época, abrigava artistas de diferentes linguagens para
experimentarem a animação. Squarisi, que já era cartunista, começou e não parou
mais.
Assim, vieram as primeiras exibições e oficinas em escolas,
as primeiras viagens pela Amazônia, e, entre obras autorais e de oficinas, já
são mais de 300 filmes produzidos e muitos parceiros que se tornaram amigos,
como o ator e diretor Carlos Arruda, o Puruca, e Janice Castro. Ela, que é
diretora da Diálogos Produções Culturais, conheceu o Núcleo através de
conhecidos, e desde 2003 apoia a equipe na elaboração de projetos e
participação de diversos editais, que ainda hoje são fonte de financiamento
importante para o trabalho, já que o Núcleo é uma entidade sem fins lucrativos.
Completar 50 anos de trabalho é reunir histórias e
lembranças, mas também receber de braços abertos novos olhares e novas
gerações. Filipe Miranda, por exemplo, era um estudante do curso de Ciências da
Computação da Unicamp quando se inscreveu para aulas de animação ministradas
por Lazaretti no LIS – Laboratório de Imagem e Som da universidade. Era 2007 e,
fisgado pela filosofia do Núcleo, de valorizar o traço próprio individual de
cada um, Filipe trocou de curso e se formou em Artes Visuais.
Compartilhar, reunir e somar sempre foram marca do Núcleo,
que fez parte da criação da ABCA e, mais recentemente, tem participado
ativamente de iniciativas como o CTAv – Câmara Temática do Audiovisual de
Campinas e o ICine – Fórum de Cinema do Interior Paulista. Desses encontros,
vieram a proximidade com Fernanda e Rebeca, que também estão no grupo dedicado
a pensar sobre o futuro e os 50 anos do Núcleo.
Fernanda Viana é roteirista, produtora, diretora e fez sua
estreia como cineasta em 2021 com o curta ‘Haitianas’, um documentário com
histórias de três mulheres do Haiti que passaram a viver em Campinas.
Rebeca Ribeiro Gomes, bacharel em cinema e audiovisual, é
atualmente presidente do ICine – Fórum de Cinema do Interior Paulista e está
dedicada a apoiar o núcleo na catalogação e preservação digital de seu extenso
acervo.
O Núcleo de Cinema de Animação está presente nas redes
sociais, aberto para receber depoimentos, fotos, ideias e sugestões para o seu
aniversário de 50 anos. Basta acessar
Núcleo
de Cinema de Animação de Campinas
ou @ncacampinas
pelo Instagram.

Em tempo: este texto foi escrito por uma jornalista que não
produz animações, mas que, desde 2014 como assessora de imprensa do Núcleo, vem
admirando a forma entusiasmada com que partilham saberes, seu olhar de
esperança para o futuro e seu amor pela animação.

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