Núcleo oficializa entrega de acervo digitalizado ao MIS Campinas: é no dia 30 de julho

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Em 2025, o Núcleo de Cinema de Animação de Campinas está completando 50 anos de história, consolidando-se como um dos mais antigos e ativos centros de produção, ensino e pesquisa em animação do Brasil e do mundo. Fundado em 1975 por Wilson Lazaretti e com a colaboração de Maurício Squarisi desde 1979, o Núcleo já realizou mais de 400 curtas-metragens e dois longas, entre obras autorais e produções coletivas desenvolvidas em oficinas.

Como parte das celebrações pelo cinquentenário, será realizada no dia 30 de julho, às 19h30, no Museu da Imagem e do Som (MIS) de Campinas, a cerimônia de entrega oficial de parte do acervo histórico do Núcleo, agora digitalizado. 

O evento, aberto ao público, acontece na Sala Multiuso do MIS Campinas e contará com a presença de autoridades como Gabriel Rapassi, diretor de Cultura de Campinas, Mauro Antônio Guari, chefe do MIS, e Douglas Menezes, assessor de museus da instituição. A ação conta com o apoio da Secretaria de Cultura e Turismo e foi viabilizada por meio de emenda impositiva do então vereador Paulo Búfalo (PSOL), que também confirmou presença para o ato.

O objetivo da digitalização é preservar e democratizar o acesso a décadas de produção artística, tornando o acervo acessível a públicos diversos, como pesquisadores, estudantes e amantes da animação. “É um material muito rico, que faz parte não só da história do Núcleo, mas da história da animação e da cidade de Campinas também”, comenta Janice Castro, produtora executiva de vários projetos do Núcleo. “A entrega deste acervo simboliza também um presente do Núcleo ao MIS, que também completa 50 anos em 2025”, completa Janice, fundadora da Diálogos Produções Culturais.

Entre os materiais digitalizados, que passam de 100 curtas-metragens, estão filmes que resgatam personagens e obras fundamentais da cultura brasileira, como Carlos Gomes, Guilherme de Almeida e José de Castro Mendes. “O acervo do Núcleo é muito amplo, então nessa etapa priorizamos a digitalização do acervo de fitas magnéticas, que são suportes físicos, sensíveis, que sofrem desgaste com o tempo e que também exigem leitores, ou seja, equipamentos específicos para serem vistos”, explica Rebeca Ribeiro. Especializada em preservação e restauração audiovisual pela Sociedade do Patrimônio argentino e bacharel em Cinema e Audiovisual, ela está à frente das ações de preservação do Acervo do Núcleo de Animação de Campinas e explica que, mesmo com a digitalização, as fitas originais ainda serão preservadas. “Já existiam cópias em DVD e arquivos digitais para algumas obras antigas do Núcleo, mas pela primeira vez criamos uma matriz de preservação digital seguindo todos os protocolos técnicos que garantem a integridade do material. Se não for o primeiro, talvez seja um dos únicos acervos audiovisuais de Campinas com esse nível de cuidado”, completa.

Mais do que um processo técnico, a iniciativa representa um esforço contínuo de valorização da produção nacional em animação e de fortalecimento da memória. “Vamos seguir com medidas para manter esse acervo preservado e, principalmente, acessível. Também estamos fazendo a catalogação desses filmes e queremos colocá-los no ar, em um banco de dados, com uma página específica para isso. Esse é o próximo passo. Além disso, seguimos com a digitalização de outros materiais, para garantir que eles também estejam acessíveis e preservados de forma permanente”, antecipa Rebeca.

Diversas produções do Núcleo já estão disponíveis num canal do YouTube. Para conhecer as produções disponíveis, basta acessar o canal https://www.youtube.com/@nucleodeanimacaodecampinas.

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